quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

... eles dobram por ti

Deste blogue, colhi este texto de Isabel do Carmo.

O MEU AMIGO MATOU-SE

É um dos motivos porque vou à manifestação do dia 2 de Março.
Vou também em nome do meu amigo. No dia 18 de Fevereiro o meu amigo J. C. deu um tiro na cabeça. Já não vai a esta manifestação.
Era um indigente ou um faminto? Não. Era um exemplo da chamada classe média. Gostava da vida. De comer, de dançar, de ir à praia. Ele e a mulher comportavam-se como dois namorados, depois de todos estes anos. Gostava dos filhos, a quem era muito chegado, gostava da neta. Gostava do trabalho. Mas, a situação a que nos levaram criou um labirinto sem saída. De facto, sem saída para uma grande parte da população. Deixemo-nos de flores, de «há soluções para tudo», de «é preciso ter esperança» ou de «há-de correr bem». Há certas situações que não têm solução à vista. Tinha os pais em casa com oitenta e tal anos e tinham chegado ao ponto de não conseguirem tratar de si próprios. Solução? Um «lar» custa 1300 euros para cada um. Uma empregada permanente anda por aí.
Tinha empregados a quem tinha que pagar salários todos os meses. Tinha empréstimos ao banco, crédito a cumprir, letras. Tinha clientes que não pagavam, porque por sua vez não lhes pagavam a eles.
Os filhos trabalhavam, mas havia um apoio indispensável, por causa da precariedade e por causa de situações de doença.
O senhorio acabava de, em concordância com a nova lei das rendas, passar-lhe a renda para o dobro.
Tinha solução para esta espiral que todos os dias se agravava? Não tinha.
Declarava insolvência, renunciava a todos os pequenos bens, ia para a rua, abandonava pais e filhos ao destino? Claro, tudo é possível.
Mas a dignidade tem um preço.
Os amigos podiam ajudar? Muito pouco.

Foi com certeza em nome da dignidade que teve a coragem de acabar com a vida.

Nesse mesmo dia veio ter ao Serviço de Urgência do Hospital de Santa Maria uma senhora que se atirou para debaixo do comboio do Metro. Salvaram-na, mas ficou sem um braço. Dias antes atirara-se a professora e o filho de uma janela em Bragança. Na ponte da Arrábida são frequentes os ajuntamentos porque alguém se atirou.

Estamos a assistir a uma epidemia?

Como os nossos governantes e as estruturas internacionais e o poder financeiro mundial já não distinguem entre o Bem e o Mal, temos nós que desobedecer às leis do Mal, protestar, mas não só. Encontrar o caminho para derrubar este Poder. No dia 2 de Março o meu caminho começará na Maternidade Alfredo da Costa na Maré Branca e continuará com todos os outros, através de Lisboa.
Também em nome do meu amigo que NÃO AGUENTOU.

"Não perguntes por quem os sinos dobram... eles dobram por ti!"

Tenhamos vergonha de ficar em casa!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

é o que temos...


DAQUI

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

modos de estar na vida



"Jazz é uma maneira de estar na vida. Swing é outra.
A Torre de Belém não tem swing; os Jerónimos têm swing.
Ronaldo não tem swing; Messi tem swing."

Não sei se concordo com os critérios dele mas, como eu, tal como o outro, não acredito num deus que não saiba dançar, acho que faz todo o sentido ver as coisas deste modo.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

então, é isto...

Aquela lei absolutamente científica, segundo a qual, uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada, pode traduzir-se em:
- a distância mais curta para ficar doente é a passagem por um consultório médico.

É o que vos digo...
Depois de várias tropelias, ontem resolveram armadilhar-me e aqui estou eu cheia de fios e ligações e registadores, para uma duração de 24 horas... felizmente estão quase a esgotar-se...



Só espero que não me confundam com alguma fundamentalista, tipo bombista suicida, ou isso...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013